Uma mensagem para Pepeu
Filho, ainda que eu aceite os desígnios
de Deus,
Ainda que eu entenda que talvez você não
fosse desse mundo,É penoso aceitar sua partida.
Ainda que eu tenha a certeza de que me
ensinou
Mais do que aprendeu comigo, não consigo
deixar de pensar, Na ilusão de te agradar, em todas as coisas que ainda faríamos juntos,
E isso me traz a alma em prantos.
Ainda que me conforte a lembrança do teu
sorriso
Não consigo impedir os momentos de
tristeza.Contudo, não quero permitir que a tua ausência seja maior
Do que tudo que vivenciei contigo.
Ainda que as lágrimas teimem em marejar
meus olhos,
Para não sofrer, não permito que
encharquem meu ser.Enxugo-as com a lembrança da felicidade que você me deu,
E toco em frente uma vida que neste instante tem menos sol.
Ainda que dilacere meu peito a sensação
de impotência
Diante da falta de tua presença,Sigo fingindo que passo bem, na esperança do conforto Divino.
Ainda que me amargue a alma a incerteza de
ter feito tudo por ti,
Sigo acreditando que sim, porque, de outra
forma, Me consumiria o remorso e eu não seria digno de ser teu pai.
E assim, filho, vou vivendo um
sofrimento venturoso,
Pois me assoma a certeza que, ao “morrer”,
você se expande. E nesse momento compartilho sua grandeza.
Cada pessoa que o conhece apodera-se um pouco do espírito iluminado que é você.
E a dor que causa o vazio de sua “ausência”,
Nos dá a perceber que, uma vez que esteve aqui, jamais nos deixará.
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