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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Calar


É imperativo que aprenda-me a calar.
Cada sílaba, cada letra,
Digeri-las no tempo que antecede o falar
Ponderar o futuro efeito do dito
Já no pretérito do pensar.


A palavra num consciente imperfeito gestada
Aquela na ânsia de dizer, articulada,
Devo subordiná-la aos grilhões da razão
Sob pena de proferi-la, e ferir pela emoção.


A ofensa ao explodir de súbito à boca
Salta a galope na palavra solta,
E cabe a quem fala coar na mente
O verbalizar do discurso inconseqüente.


Miguel Cerqueira

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