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segunda-feira, 15 de agosto de 2011





Espelho



Ah! Meu querido amigo,
Bem posso imaginar o que veria de verdadeiro em mim
Se não fosses um companheiro tão complacente.
Tanto que, estando eu dentro de ti,
Teu reflexo devolve-me somente aquilo que um amigo de verdade
gostaria que o outro enxergasse.
Teimas em dizer aos meus já cansados olhos
Que são belas minhas esbranquiçadas madeixas,
E que são sinais de sabedoria estes sulcos que
Talham meu cansado rosto.
Pois bem, por seres tu, meu amigo,
Sigo fingindo que acredito.
Mas concordo contigo
Quando em tua luz reflete ainda intacto
O meu sorriso,
Não me queiras mal pelo que agora digo.
Mas somente nesses momentos
Creio realmente em ti.
Porque apesar das marcas
Que demarcam-me a idade,
Embalo-me ainda na melodia da
Vida rimando vaidade e felicidade.



Miguel Cerqueira

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